segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Uma tarde no museu


Na última semana estive ausente do blog por motivo de viagem. Aproveitei também para conhecer o tão falado Museu do Futebol, localizado na entrada do estádio Paulo Machado de Carvalho, o Pacaembu. O dia era tipicamente paulistano. Apesar de nos encontrarmos no verão, o clima era um pouco frio e uma leve garoa caía sobre a cidade. O movimento era muito bom, inclusive encarei uma fila considerável para adquirir minha entrada pelo valor de seis reais.

O acesso ao museu se dá por meio de uma escada rolante, onde vários objetos (flâmulas, bandeiras, jogo de botão, cartazes, chaveiros, etc) de clubes do Brasil estão nas paredes. É um grande hall que recebe o nome de "Grande Área". Ao fim da escada, Pelé recebe os visitantes (virtualmente, é claro). A primeira sala ("Anjos Barrocos") possui uma lista dos principais jogadores brasileiros. Ao todo são 25 escolhidos e muitos geram discordância. E todos eles estão retratados no tamanho natural, em modernos vidros que vão mudando as imagens. Em seguida, a sala em que se pode ouvir vários gols em transmissões radiofônicas. No mesmo ambiente, é possível se escolher um gol e a narração, além de ouvir a história do lance. Logo se vê um espaço, nomeado "Rito de Passagem", mostrando vários momentos da final da Copa de 50, perdida em pleno Maracanã diante do Uruguai. Passando por essa sala, há um ambiente retratando todas as Copas, inclusive com vários lances e gols.

Existe também o espaço chamado "Exaltação" onde pode-se se ouvir a vibração de várias torcidas, tanto nos momentos de alegria como nos de decepção. E fica bem debaixo das arquibancadas do estádio. Há um setor onde, através de uma porta, se pode ver todo o estádio. Tem a sala contando a história do início do futebol no país, desde a época de Charles Miller, que dá nome à praça que fica na frente do Pacaembu. Interessante a área em que se juntam várias imagens de Pelé e Garrincha que nunca teriam sido derrotados jogando juntos com a camisa da Seleção.

Mas acredito que a sala "Números e Curiosidades" seja a melhor. Como o próprio nome diz, são vários números e curiosidades do mundo do futebol. A maior goleada, o maior público, o jogo com mais jogadores expulsos, apelidos de jogadores, nome de dribles e jogadas... No final, é lógico, há uma homenagem ao Pacaembu, onde são mostradas fotos da construção do estádio, algumas histórias e jogos que ocorreram no gramado do Municipal paulistano.

Não poderia deixar de prestar atenção se havia algo da Ferroviária. E não é que tinha... Logo no início, no hall "Grande Área" há um escudo da Ferrinha e, mais para o final, há um espaço em que estão representados, por meio de "cartazes", cerca de 120 clubes do Brasil. E dá-lhe Ferrinha. Há os nomes dos clubes, os uniformes, os hinos, as principais conquistas, os principais atletas... Da Ferroviária estão Bazani, Dudu, Sérgio Bergantin e Mauro Pastor. Aliás, mesmo fora da cidade, fiquei curioso para ver o desempenho do time que disputa a Copa São Paulo de Futebol Júnior, que tem a sua final no próprio Pacaembu. Não consegui assistir o jogo, mas me decepcionei ao saber dos 2 a 2 diante do Castanhal do Pará. Só havia ouvido elogios à equipe e acreditava que em 2009, os juniores iriam mais longe. Acompanharei essa semana... Vamos ver o que acontece...

Apesar de mostrar-me um pouco animado com o Museu, acredito que muito se pode melhorar ainda. Sinceramente, esperava mais, porém o museu é bom. Faltava alguma coisa desse tipo já que se fala tanto que o Brasil é o país do futebol. Talvez algumas coisas são desnecessárias, mas o museu se preocupa em retratar, não só os lances do futebol, mas o contexto em que aconteceram. O setor das Copas é um pouco desorganizado. Não há uma sequência muito lógica. Dá para se perder um pouco. Mas as imagens são muito interessantes, principalmente a foto em que Zico e Maradona disputam uma jogada.

Seria importante destacar que, num mundo em que as coisas se tornaram mais frias, distantes, a interação pareceu ter sido uma grande preocupação do museu. A começar pelo setor onde se pode escolher o gol para ver ou ouvir. O espaço "Jogo de Corpo" é mais interativo ainda. Pode-se bater um pênalti em um goleiro virtual. É possível saber a velocidade do chute e tirar uma foto da cobrança. Infelizmente não experimentei tal ambiente pois a fila era muito grande. Na saída do museu há uma loja com vários produtos ligados ao futebol, mas senti a falta da venda de objetos do próprio museu. Poderia haver, pelo menos, uma simples camisa com o logo do local. A loja é uma franquia e já está presente em vários shoppings da capital paulista. Depois da loja há um bar com vários monitores de LCD e bons produtos, principalmente para quem é chegado em um bom chope. Não posso esquecer de citar as quatro mesas de pebolim. Uma boa diversão. Sem dúvida um interessante passeio para se realizar em São Paulo.

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