quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Novo ano, velha expectativa


No São Paulo desde abril de 2007, Dagoberto ainda não conseguiu corresponder às expectativas de muitos torcedores quando da sua chegada ao clube. Uma transferência marcada por várias polêmicas e discussões do clube paulista e, principalmente, do próprio jogador com o Atlético-PR - onde sofreu bastante com as contusões -, além do pagamento de cerca de 5 milhões de multa.

Não quer dizer que o atleta de 27 anos nada mostrou com a camisa tricolor e que não tenha talento e qualidade. Uma das provas disso foram os 12 gols marcados em apenas 9 jogos que disputou no Brasileiro de 2004 pelo time paranaense. Mas no clube paulista, foram lampejos, não houve uma regularidade. Momentos polêmicos marcaram sua trajetória no São Paulo, como o episódio da acusação de que tinha gente no clube querendo derrubá-lo. Após a eliminação da Libertadores, ficou em baixa no elenco, inclusive com a tentativa da diretoria em negociá-lo, chegando a aceitar uma proposta de 4 milhões de euros do Metalist da Ucrânia, não aceita pelo jogador. Novamente no começo deste ano, cogitou-se usá-lo como moeda de troca para uma possível vinda de Liédson do português Sporting.

Devemos levar em consideração também que o desempenho do clube do Morumbi, principalmente nas duas últimas temporadas, não foi dos melhores. Mesmo assim, o camisa 25 foi o artilheiro tricolor no ano passado com 15 gols em 48 jogos, superando o ainda mais questionado Washington, atualmente no Fluminense, que balançou as redes 13 vezes.

Em 2009, foram 51 aparições e 10 gols anotados. No ano anterior, disputou 29 jogos, marcando 6 gols (participou apenas do Brasileiro, onde teve algumas boas atuações na campanha campeã). No ano de sua estreia, em que o clube também conquistou o Brasileirão, anotou 7 gols em 26 partidas, sendo o artilheiro do clube no Nacional ao lado de Borges e Rogério Ceni.

A indisciplina dentro de campo também sempre esteve presente na passagem do jogador. No último ano, foram 12 cartões amarelos e uma expulsão (na partida de estreia de 2010 contra a Portuguesa pelo Paulistão). Em 2009, foi expulso por duas vezes e recebeu 18 amarelos. Oito amarelos e um vermelho foram seus números em 2008 e, no ano de sua chegada, 5 amarelos. Números que o fazem concorrer com o agora atleticano Richarlyson.

A chegada do técnico Paulo César Carpegiani acabou fazendo bem a Dagoberto, que conseguiu um destaque no final da temporada e terminou o ano em alta. Mas não há dúvidas de que, com a saída de Ricardo Oliveira, a responsabilidade aumenta ainda mais, assim como as de seus companheiros de ataque Marlos e Fernandão.

Mais uma vez o ano sãopaulino começa com altas expectativas sobre o jogador. Talento ele tem e a torcida sempre espera que ele mostre porque veio.

* Coluna publicada no site FutNet em 12 de janeiro de 2011
* Crédito da foto: Wagner Carmo/VIPCOMM

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