No São Paulo desde abril de 2007, Dagoberto ainda não conseguiu corresponder às expectativas de muitos torcedores quando da sua chegada ao clube. Uma transferência marcada por várias polêmicas e discussões do clube paulista e, principalmente, do próprio jogador com o Atlético-PR - onde sofreu bastante com as contusões -, além do pagamento de cerca de 5 milhões de multa.
Não quer dizer que o atleta de 27 anos nada mostrou com a camisa tricolor e que não tenha talento e qualidade. Uma das provas disso foram os 12 gols marcados em apenas 9 jogos que disputou no Brasileiro de 2004 pelo time paranaense. Mas no clube paulista, foram lampejos, não houve uma regularidade. Momentos polêmicos marcaram sua trajetória no São Paulo, como o episódio da acusação de que tinha gente no clube querendo derrubá-lo. Após a eliminação da Libertadores, ficou em baixa no elenco, inclusive com a tentativa da diretoria em negociá-lo, chegando a aceitar uma proposta de 4 milhões de euros do Metalist da Ucrânia, não aceita pelo jogador. Novamente no começo deste ano, cogitou-se usá-lo como moeda de troca para uma possível vinda de Liédson do português Sporting.
Devemos levar em consideração também que o desempenho do clube do Morumbi, principalmente nas duas últimas temporadas, não foi dos melhores. Mesmo assim, o camisa 25 foi o artilheiro tricolor no ano passado com 15 gols em 48 jogos, superando o ainda mais questionado Washington, atualmente no Fluminense, que balançou as redes 13 vezes.
Em 2009, foram 51 aparições e 10 gols anotados. No ano anterior, disputou 29 jogos, marcando 6 gols (participou apenas do Brasileiro, onde teve algumas boas atuações na campanha campeã). No ano de sua estreia, em que o clube também conquistou o Brasileirão, anotou 7 gols em 26 partidas, sendo o artilheiro do clube no Nacional ao lado de Borges e Rogério Ceni.
A indisciplina dentro de campo também sempre esteve presente na passagem do jogador. No último ano, foram 12 cartões amarelos e uma expulsão (na partida de estreia de 2010 contra a Portuguesa pelo Paulistão). Em 2009, foi expulso por duas vezes e recebeu 18 amarelos. Oito amarelos e um vermelho foram seus números em 2008 e, no ano de sua chegada, 5 amarelos. Números que o fazem concorrer com o agora atleticano Richarlyson.
A chegada do técnico Paulo César Carpegiani acabou fazendo bem a Dagoberto, que conseguiu um destaque no final da temporada e terminou o ano em alta. Mas não há dúvidas de que, com a saída de Ricardo Oliveira, a responsabilidade aumenta ainda mais, assim como as de seus companheiros de ataque Marlos e Fernandão.
Mais uma vez o ano sãopaulino começa com altas expectativas sobre o jogador. Talento ele tem e a torcida sempre espera que ele mostre porque veio.
* Coluna publicada no site FutNet em 12 de janeiro de 2011
* Crédito da foto: Wagner Carmo/VIPCOMM
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