Na última semana foram anunciados os novos treinadores de Atlético Mineiro e Flamengo. Tratam-se de dois já conhecidos: Émerson Leão e Cuca, respectivamente. Dois técnicos que mostraram, nas suas últimas passagens pelos clubes onde estiveram, terem prazo de validade.
Émerson Leão é o melhor exemplo. O treinador chega ao time mineiro após passagem pelo Al-Sadd, do Catar. Leão, segundo informações, saiu por falar em público coisas que não devia e criticar jogadores de seu time. Fato que é fácil de acreditar dadas as passagens recentes nos clubes brasileiros.
Em 2005, foi campeão paulista pelo São Paulo e acabou saindo, pois tinha a oferta de um time japonês (Vissel Kobe) onde ele iria "ajudar um amigo". Leão saiu do tricolor paulista que seria depois campeão da Libertadores e do Mundial Interclubes, nas mãos de Paulo Autuori. Mas pelo seu jeito de tratar as pessoas e atletas dos grupos que comanda, será que o São Paulo realmente seria campeão dos outros torneios nas mãos dele? O clima com o treinador já não era dos melhores. É fato que ele pegou, em 2004, um time patinando na sétima colocação - quando era comandado por Cuca - e levou o time para a Copa Libertadores do ano seguinte.
O caso Falcão, uma das principais estrelas do futsal brasileiro. O treinador não queria colocá-lo de forma alguma no time. Por quê? Aparentemente, pura implicância. No Corinthians, ele teve problemas com os argentinos Carlitos Tevez, Javier Mascherano e Sebastián Dominguez (o Sebá). Simplesmente pelo fato de não gostar de argentinos e ter declarado isso. O futebol não cabe mais esses pensamentos antiquados e ultrapassados. É o caso algumas vezes de Renato Gaúcho, que dá declarações imaturas. No Palmeiras, Leão brigou com o meia Diego Souza (que foi para o Japão) e saiu após a humilhante derrota por 6 a 1 para o Figueirense. Outra passagem em que o clima já não era bom com o elenco.
Essa será a terceira vez que Émerson Leão dirige o Atlético-MG. A primeira passagem foi em 1997, quando conquistou a Copa Conmebol e a Copa Centenário de Belo Horizonte. A outra foi no ano passado, quando o Galo ocupava a 11ª colocação do Brasileirão, terminou na oitava posição e tirou o Palmeiras da Libertadores. Segundo o site oficial do time mineiro, foram 69 jogos do treinador, com 34 vitórias, 16 empates e 19 derrotas, um aproveitamento de 57%. O que é um bom restrospecto. Em 1997, Leão treinou o Galo em 45 jogos (23 vitórias, 11 empates e 11 derrotas) e teve um aproveitamento de 59,2%. Dez anos depois, o técnico dirigiu o time em 24 jogos (11 vitórias, 5 empates e 8 derrotas) com um aproveitamento de 52,7%.
É verdade que Leão faz um bom trabalho com times jovens: em 2002, conduziu o Santos, de Diego (na época com 17 anos), Robinho (18 anos) e Elano (21 anos), ao título nacional. Em 2005, levou o São Paulo de Diego Tardelli (na época com 20 anos), Denílson (17 anos) e Fábio Santos (20 anos) ao título paulista. Alguns dos principais jogadores do Galo hoje também têm pouca idade, casos de Renan Oliveira (19 anos), Leandro Almeida (21 anos), Tchô (21 anos) e Raphael Aguiar (20 anos).
O que se questiona não é capacidade de conquistar títulos - apesar do último título ter sido o Pauilistão de 2005 pelo São Paulo -, mas a impossibilidade de se manter Leão por mais tempo. Fala-se tanto de trabalho a longo prazo, mas com Leão no comando isso não é fácil. E o Atlético é um clube que precisa de um trabalho a longo prazo. Se Leão não sai porque o clima já não está bom, ele abandona a equipe (vide São Paulo, São Caetano e outros).
No caso de Cuca, ele já chega ao Flamengo no famoso "vai ele mesmo" ou "fazer o quê? não tem outro". O sonho da diretoria rubro-negra era Carlos Alberto Parreira, que não aceitou pegar essa bomba. Aliás, quem disse que o Parreira resolveria? Um treinador que deixou rolar toda aquela festa na Copa do Mundo de 2006, principalmente em Weggis, na Suíça, que culminou naquela catastrófica campanha da Seleção.
Cuca não tem o apoio total do presidente flamenguista, Márcio Braga (tem mais confiança do vice, Kléber Leite). E não há dúvida que, um treinador que não tem apoio de quem manda no clube, tem seu trabalho dificultado. A permanência de Muricy Ramalho no São Paulo está extremamente ligada ao apoio que ele tem de Juvenal Juvêncio, presidente do tricolor paulista. Aliás, em sua passagem pelo atual campeão brasileiro, Cuca pegou um time classificado à Libertadores pelo interino Roberto Rojas e empacou na semi-final diante do Once Caldas. Sem falar que não dá para esquecer que Cuca, antes do jogo terminar, já estava fazendo a relação dos batedores de pênalti. Pode? Muitos falam que montou a base do time campeão em 2005... Será? Ele trouxe jogadores do time em que estava (Goiás), o que é normal ser feito. Os treinadores trazem seus jogadores de confiança.
Essa será a segunda passagem de Cuca pelo Flamengo. Na primeira, em 2005, foram 12 jogos, com 5 vitórias, 4 empates e 3 derrotas. Um retrospecto razoável. Mas a derrota por 4 a 1 para o Fluminense na final da Taça Rio e o tropeço diante do Ceará na Copa do Brasil foram imperdoáveis para Márcio Braga. Na época, Cuca trouxe um jogador (de sua confiança) que não deu certo: Dimba, artilheiro do Goiás, mas que no Flamengo não fez nada.
Cuca se destacou no Goiás e depois não fez mais nada demais. O Botafogo cresceu bastante com o Cuca? Pode ser. Mas o que ganhou o Botafogo? Campeonato Carioca? O time não consegue se manter entre os cinco melhores do Brasileirão há anos (desde o título de 1995 - 13 anos!). Cuca se despediu do Botafogo após 138 jogos, com 70 vitórias, 38 empates e 30 derrotas. São números consideráveis. Fez uma grande campanha tirando o Goiás da zona do rebaixamento em 2003 e chegou onde? Na Sul-Americana. Aí passou por São Paulo, Grêmio (em 2004, ano em que o time gaúcho caiu), Flamengo, Coritiba e São Caetano (tirou da zona de rebaixamento). Tirou o Botafogo da zona da degola em 2006 e deixou onde? Na Sul-Americana. Classificar para a Sul-Americana não é das missões mais complicadas. Até porque são oito vagas. Tirando os 4 da Libertadores e mais 4 que caem, sobram 12 clubes. São 8 vagas para 12 clubes! Se um treinador que tira time da zona de rebaixamento e coloca na Sul-Americana é bom, então tudo bem. Será que o Flamengo ficará feliz de novo se não se classificar para a Libertadores e disputar a tão amada Sul-Americana (desculpa para os fracassos)?
Com todo respeito, numa coisa os torcedores flamenguistas podem ficar tranquilos: se precisar, o Cuca tira o Flamengo da zona de rebaixamento (só no Grêmio ele não conseguiu). Nisso ele é bom. Quer dizer, se o Cuca chegar até o Brasileirão do próximo ano. Já estava esquecendo dos títulos do Cuca. Não esqueci não, ele não ganhou nada ainda. Será que a Taça Rio de 2007 conta? Depois ele saiu quando o Botafogo perdeu humilhantemente para o River Plate por 4 a 2 na super Sul-Americana. Saiu, mas voltou. A fracassada passagem de Mário Sérgio pelo alvinegro trouxe o treinador de volta nove dias depois (que preparo dos dirigentes!). Mas em 29 de maio deste ano, saiu de novo após perder nos pênaltis para o Corinthians na Copa do Brasil e a campanha para fugir da zona de rebaixamento (o Botafogo estava com 4 pontos em 9 possíveis). Com base nos aproveitamentos de Cuca no Botafogo, no Santos e no Fluminense, ele terminaria na 17ª colocação com 41 pontos, ou seja, série B em 2009.
Não podemos esquecer que ambos passaram neste ano pelo Santos, que brigou até as últimas rodadas do Brasileirão para não ser rebaixado. O histórico recente, portanto, não é nada otimista para nenhum dos dois treinadores e nem para os clubes. Cuca passou também pelo Fluminense, que terminou em situação parecida com a equipe da Vila. Torcidas de Flamengo e Atlético que me perdoem, mas 2009 começa com poucas perspectivas. Torçam para que eu queime minha língua, ou melhor, meus dedos.
Émerson Leão é o melhor exemplo. O treinador chega ao time mineiro após passagem pelo Al-Sadd, do Catar. Leão, segundo informações, saiu por falar em público coisas que não devia e criticar jogadores de seu time. Fato que é fácil de acreditar dadas as passagens recentes nos clubes brasileiros.
Em 2005, foi campeão paulista pelo São Paulo e acabou saindo, pois tinha a oferta de um time japonês (Vissel Kobe) onde ele iria "ajudar um amigo". Leão saiu do tricolor paulista que seria depois campeão da Libertadores e do Mundial Interclubes, nas mãos de Paulo Autuori. Mas pelo seu jeito de tratar as pessoas e atletas dos grupos que comanda, será que o São Paulo realmente seria campeão dos outros torneios nas mãos dele? O clima com o treinador já não era dos melhores. É fato que ele pegou, em 2004, um time patinando na sétima colocação - quando era comandado por Cuca - e levou o time para a Copa Libertadores do ano seguinte.
O caso Falcão, uma das principais estrelas do futsal brasileiro. O treinador não queria colocá-lo de forma alguma no time. Por quê? Aparentemente, pura implicância. No Corinthians, ele teve problemas com os argentinos Carlitos Tevez, Javier Mascherano e Sebastián Dominguez (o Sebá). Simplesmente pelo fato de não gostar de argentinos e ter declarado isso. O futebol não cabe mais esses pensamentos antiquados e ultrapassados. É o caso algumas vezes de Renato Gaúcho, que dá declarações imaturas. No Palmeiras, Leão brigou com o meia Diego Souza (que foi para o Japão) e saiu após a humilhante derrota por 6 a 1 para o Figueirense. Outra passagem em que o clima já não era bom com o elenco.
Essa será a terceira vez que Émerson Leão dirige o Atlético-MG. A primeira passagem foi em 1997, quando conquistou a Copa Conmebol e a Copa Centenário de Belo Horizonte. A outra foi no ano passado, quando o Galo ocupava a 11ª colocação do Brasileirão, terminou na oitava posição e tirou o Palmeiras da Libertadores. Segundo o site oficial do time mineiro, foram 69 jogos do treinador, com 34 vitórias, 16 empates e 19 derrotas, um aproveitamento de 57%. O que é um bom restrospecto. Em 1997, Leão treinou o Galo em 45 jogos (23 vitórias, 11 empates e 11 derrotas) e teve um aproveitamento de 59,2%. Dez anos depois, o técnico dirigiu o time em 24 jogos (11 vitórias, 5 empates e 8 derrotas) com um aproveitamento de 52,7%.
É verdade que Leão faz um bom trabalho com times jovens: em 2002, conduziu o Santos, de Diego (na época com 17 anos), Robinho (18 anos) e Elano (21 anos), ao título nacional. Em 2005, levou o São Paulo de Diego Tardelli (na época com 20 anos), Denílson (17 anos) e Fábio Santos (20 anos) ao título paulista. Alguns dos principais jogadores do Galo hoje também têm pouca idade, casos de Renan Oliveira (19 anos), Leandro Almeida (21 anos), Tchô (21 anos) e Raphael Aguiar (20 anos).
O que se questiona não é capacidade de conquistar títulos - apesar do último título ter sido o Pauilistão de 2005 pelo São Paulo -, mas a impossibilidade de se manter Leão por mais tempo. Fala-se tanto de trabalho a longo prazo, mas com Leão no comando isso não é fácil. E o Atlético é um clube que precisa de um trabalho a longo prazo. Se Leão não sai porque o clima já não está bom, ele abandona a equipe (vide São Paulo, São Caetano e outros).
No caso de Cuca, ele já chega ao Flamengo no famoso "vai ele mesmo" ou "fazer o quê? não tem outro". O sonho da diretoria rubro-negra era Carlos Alberto Parreira, que não aceitou pegar essa bomba. Aliás, quem disse que o Parreira resolveria? Um treinador que deixou rolar toda aquela festa na Copa do Mundo de 2006, principalmente em Weggis, na Suíça, que culminou naquela catastrófica campanha da Seleção.
Cuca não tem o apoio total do presidente flamenguista, Márcio Braga (tem mais confiança do vice, Kléber Leite). E não há dúvida que, um treinador que não tem apoio de quem manda no clube, tem seu trabalho dificultado. A permanência de Muricy Ramalho no São Paulo está extremamente ligada ao apoio que ele tem de Juvenal Juvêncio, presidente do tricolor paulista. Aliás, em sua passagem pelo atual campeão brasileiro, Cuca pegou um time classificado à Libertadores pelo interino Roberto Rojas e empacou na semi-final diante do Once Caldas. Sem falar que não dá para esquecer que Cuca, antes do jogo terminar, já estava fazendo a relação dos batedores de pênalti. Pode? Muitos falam que montou a base do time campeão em 2005... Será? Ele trouxe jogadores do time em que estava (Goiás), o que é normal ser feito. Os treinadores trazem seus jogadores de confiança.
Essa será a segunda passagem de Cuca pelo Flamengo. Na primeira, em 2005, foram 12 jogos, com 5 vitórias, 4 empates e 3 derrotas. Um retrospecto razoável. Mas a derrota por 4 a 1 para o Fluminense na final da Taça Rio e o tropeço diante do Ceará na Copa do Brasil foram imperdoáveis para Márcio Braga. Na época, Cuca trouxe um jogador (de sua confiança) que não deu certo: Dimba, artilheiro do Goiás, mas que no Flamengo não fez nada.
Cuca se destacou no Goiás e depois não fez mais nada demais. O Botafogo cresceu bastante com o Cuca? Pode ser. Mas o que ganhou o Botafogo? Campeonato Carioca? O time não consegue se manter entre os cinco melhores do Brasileirão há anos (desde o título de 1995 - 13 anos!). Cuca se despediu do Botafogo após 138 jogos, com 70 vitórias, 38 empates e 30 derrotas. São números consideráveis. Fez uma grande campanha tirando o Goiás da zona do rebaixamento em 2003 e chegou onde? Na Sul-Americana. Aí passou por São Paulo, Grêmio (em 2004, ano em que o time gaúcho caiu), Flamengo, Coritiba e São Caetano (tirou da zona de rebaixamento). Tirou o Botafogo da zona da degola em 2006 e deixou onde? Na Sul-Americana. Classificar para a Sul-Americana não é das missões mais complicadas. Até porque são oito vagas. Tirando os 4 da Libertadores e mais 4 que caem, sobram 12 clubes. São 8 vagas para 12 clubes! Se um treinador que tira time da zona de rebaixamento e coloca na Sul-Americana é bom, então tudo bem. Será que o Flamengo ficará feliz de novo se não se classificar para a Libertadores e disputar a tão amada Sul-Americana (desculpa para os fracassos)?
Com todo respeito, numa coisa os torcedores flamenguistas podem ficar tranquilos: se precisar, o Cuca tira o Flamengo da zona de rebaixamento (só no Grêmio ele não conseguiu). Nisso ele é bom. Quer dizer, se o Cuca chegar até o Brasileirão do próximo ano. Já estava esquecendo dos títulos do Cuca. Não esqueci não, ele não ganhou nada ainda. Será que a Taça Rio de 2007 conta? Depois ele saiu quando o Botafogo perdeu humilhantemente para o River Plate por 4 a 2 na super Sul-Americana. Saiu, mas voltou. A fracassada passagem de Mário Sérgio pelo alvinegro trouxe o treinador de volta nove dias depois (que preparo dos dirigentes!). Mas em 29 de maio deste ano, saiu de novo após perder nos pênaltis para o Corinthians na Copa do Brasil e a campanha para fugir da zona de rebaixamento (o Botafogo estava com 4 pontos em 9 possíveis). Com base nos aproveitamentos de Cuca no Botafogo, no Santos e no Fluminense, ele terminaria na 17ª colocação com 41 pontos, ou seja, série B em 2009.
Não podemos esquecer que ambos passaram neste ano pelo Santos, que brigou até as últimas rodadas do Brasileirão para não ser rebaixado. O histórico recente, portanto, não é nada otimista para nenhum dos dois treinadores e nem para os clubes. Cuca passou também pelo Fluminense, que terminou em situação parecida com a equipe da Vila. Torcidas de Flamengo e Atlético que me perdoem, mas 2009 começa com poucas perspectivas. Torçam para que eu queime minha língua, ou melhor, meus dedos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário