quinta-feira, 24 de março de 2011

A perda da liderança

Rogério Ceni fez um dos gols do São Paulo, mas falhou na sua posição
Na noite da última quarta-feira (23), após oito jogos de invencibilidade, o São Paulo foi derrotado pelo Paulista, em Jundiaí, por 3 a 2.

Ficou evidente a falta que o meia Lucas (na Seleção Brasileira) faz à equipe. No entanto, mesmo sem o camisa 7, mas com a volta da dupla de ataque formada por Fernandinho e Dagoberto, o time tinha uma boa velocidade. Dagoberto procurava bastante o jogo e se movimentava muito. Voltou a balançar as redes após boa jogada de Fernandinho, que retornou, acelerou o ataque, mas perdeu muitos gols. Mostra, cada vez mais, que é um jogador de velocidade, não de finalização. Deixa evidente o quanto era necessária a contratação de um jogador como o Luis Fabiano. Na primeira etapa, sofreu um pênalti não marcado pelo árbitro.

Quem ganhou a vaga deixada por Lucas foi Marlos. O camisa 11 é habilidoso, tentou boas jogadas, mas foi pouco eficiente na partida. Errou muitos cruzamentos, passes e as poucas oportunidades que teve para finalizar.

O gol sofrido no início do jogo surgiu em falha de Rogério Ceni. Alex Silva não acompanhou o rebote, mas talvez por não acreditar em um eventual erro do goleiro.

Carpegiani foi ousado nos momentos em que precisou. Ainda na primeira etapa, tirou Casemiro para colocar Ilsinho. O lateral/meia, nos dez minutos do primeiro tempo em que esteve em campo, não fez muita coisa, mas no segundo fez boas jogadas individuais. Uma delas, inclusive, foi a que resultou no pênalti, dessa vez sim, assinalado. Na cobrança, Rogério chegou ao seu 99º gol batendo com categoria, deslocando o goleiro rival.

O capitão, aliás, foi bem em um fundamento que não lhe é exigido: marcar gols. Mas não estava numa boa noite. A falha mais evidente foi no primeiro gol, mas nos outros dois não foi muito bem.

Voltando à ousadia de Carpegiani, na segunda etapa, o treinador tirou Juan para a entrada do atacante Henrique. O lateral se esforça bastante, mas ainda não passa confiança. O segundo gol do Paulista foi no setor do camisa 16 e um cartão amarelo bobo o tirou do clássico contra o Corinthians. Mesmo com a intensidade do jogo, o jovem Henrique entrou com vontade e se movimentou bastante.

Não se pode desprezar o bom jogo e a eficiência do Paulista (em três jogadas de perigo, fez os três gols), mas o resultado para se esperar era uma vitória. A equipe de Jundiaí, a partir dos 25 minutos do segundo tempo (após o segundo gol do São Paulo), só se defendeu. Ficou atrás no “cai-cai” e no “bola pro mato”. O adversário ainda teve uma chance para fazer o quarto gol e matar o jogo.

A defesa, que não sofria gols há quatro rodadas, tomou três em um jogo só. Desta vez, foi formada por Alex Silva, Miranda e Xandão. Rhodolfo, contundido, fez falta. O mais novo zagueiro tricolor já estava à vontade na equipe.

Jean é uma peça importante no time, mas teve outra atuação apagada e ainda foi punido com um cartão amarelo.

Carlinhos Paraíba é um jogador que não pode se empolgar. Fez alguns bons desarmes, mas no campo de ataque finalizava muito mal. Não acertava um lançamento ou cruzamento, mas o pior era que todas as bolas passavam por ele. Em lance na segunda etapa, escorregou bisonhamente.

No próximo domingo (27), acontece o clássico diante do Corinthians na Arena Barueri. O confronto promete. O time de Parque São Jorge parece ter se reencontrado com o bom futebol após a chegada de Liédson e o torcedor tricolor poderá comemorar o centésimo gol do ídolo Rogério Ceni.


* Foto: Wander Roberto/VIPCOMM
* Coluna também publicada no site FutNet no dia 24 de março de 2011

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